Sobre o Rio Pardo

O Rio Pardo é o principal rio da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema (UGRHI-17). Nasce no município de Pardinho, SP, à 1.007 metros de altitude, latitude 23º04’51″ Sul e longitude 48º22’19″ Oeste, junto do “front” da Cuesta (Serra do Limoeiro), e deságua no rio Paranapanema, na represa Lucas Nogueira Garcez, município de Salto Grande, à 377 metros de altitude.

O Rio Pardo é genuinamente paulista e está entre os maiores rios do estado, os seus 264,25 km de extensão atravessa quinze municípios: Pardinho, Botucatu, Pratânia, Itatinga, Avaré, Cerqueira Cesar, Iaras, Santa Bárbara, Óleo, Bernardino de Campos, Santa Cruz do Rio Pardo, Chavantes, Canitar, Ourinhos e Salto Grande.

Entre a sua foz em Pardinho e o município de Botucatu, o Rio Pardo tem dois represamentos artificiais: a represa da cascata Véu da Noiva, cartão postal da região, e a represa do Mandacaru, onde há captação de água para o abastecimento da cidade de Botucatu. No município de Itatinga há a hidrelétrica do Salto do Lobo com potencia de 11MW, construída em 1.927 para gerar energia para a cidade de Botucatu.

O Rio Pardo recebe contribuição de vários afluentes, sendo três principais: Rio Claro, com nascente no municipio de Botucatu e foz no município de Iaras, com 72 km de extensão; Rio Novo, com nascente no município de Itatinga e foz no municipio de Santa Bárbara, com extensão de 77 km e a presença da Hidrelétrica Rio Novo, no município de Avaré, com potencia de 1,5MW, construída em 1909; e o Rio Turvo, com nascente no município de Agudos e Foz no município de Ourinhos, com extensão de 130 km. Possui também alguns ribeirões importantes, entre eles: Capão Rico (Cascata de Sta Barbara), Ribeirão da Guacho, Ribeirão da Figueira, Ribeirão do Óleo, Ribeirão Mandassaia e Ribeirão São Domingos.

O Rio Pardo possui grandes belezas naturais, é considerado um dos mais belos do estado, com muitos lugares totalmente preservados. Há belas cachoeiras e corredeiras. São três as cachoeiras de grande porte, chegando á oito metros de altura: Cachoeira Véu da Noiva, em Botucatu, Cachoeira da Guacho e Cachoeira do Niágara, em Santa Cruz do Rio Pardo. Há também saltos menores como o Salto do Menegazzo, salto da Usina Velha, salto do dourado, em Santa Cruz do Rio Pardo, e corredeiras das Três Ilhas, corredeira do Menegazzo e corredeira da Águas das Pedras, todas em Santa Cruz do Rio Pardo.

Com vazão máxima de 68.000 l/s, O Rio Pardo está entre os poucos rios não poluídos do Estado de São Paulo, sua água é classificada como classe dois, sendo destinada ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; ao lazer (esqui aquático, bóias, caiaques, natação e mergulho); à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação; à agricultura, especificamente à irrigação; à dessendentação de animais; e ao consumo humano.

Apesar de consideravelmente preservado, o Rio Pardo sofre com o desrespeito ambiental. Em seu trajeto há falta de mata ciliar em alguns trechos, muito lixo plástico proveniente de áreas urbanas e assoreamentos consideráveis, sendo o mais grave próximo a Santa Cruz do Rio Pardo, na Chácara Peixe, onde milhares de metros cúbicos de entulhos foram levados pelas chuvas para dentro do rio. O controle do uso de agrotóxicos em suas margens é falho e, muito provavelmente, uma boa quantidade é despejada no rio.